segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PAC acelera obras da Copa, mas ignora as reais necessidades da população



Nos anos 60, o Brasil ainda era um país agrícola, com uma taxa de urbanização de apenas 44,7%.
Em 1980, 67,6% do total da população já vivia em cidades.
Foi nesse período que o governo desenvolveu políticas abrangentes para a prestação de serviços de saneamento básico e coleta de lixo, interrompidas tempos depois.
A expansão desses serviços foi retomada na segunda metade dos anos noventa.
De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a coleta de esgotos passou de 46% em 1992/ 48,4% em 1995 para 56% em 2002 e 60% em 2009.
Mas a evolução na cobertura de saneamento é muito lenta.
A coleta de esgotos chegou a cair de 59,3% em 2008 para 59,1% em 2009.
A lenta evolução dos indicadores de saneamento reflete investimentos persistentemente baixos no setor.

A Figura 4, no site da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostra que o investimento em saneamento caiu drasticamente na última década.

Em pleno século XXI, mais de 100 milhões de brasileiros não dispõem de rede de coleta de esgoto e aproximadamente 10 milhões não têm sequer banheiro em casa.
Isso aumenta os gastos com saúde, aumenta a deterioração do meio ambiente e afeta a qualidade de vida das pessoas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que a falta de água tratada e de redes de esgoto tiram a vida de 15 mil brasileiros por ano.

A mesma PNAD mostra os contrastes do Brasil, enquanto a economia privada tem conseguido colocar os equipamentos na mão dos brasileiros, o setor público não consegue oferecer serviços decentes à população.


Mais informações na matéria de O Globo
Saneamento avança a passos lentos

Há décadas, o Brasil avança lentamente quando se trata de saneamento básico.
Em 2008, dos 5.564 municípios existentes, 2.945 (44,8% do total) ainda não contavam com rede coletora de esgoto.
Já os domicílios com acesso à rede não chegavam nem à metade: eram 45,7%.

Os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008 e do Atlas do Saneamento 2011, divulgados pelo IBGE, mostraram ainda que em oito anos o número de cidades com coleta de esgoto cresceu menos de 3 pontos percentuais.

Em 2000, 52,2% das cidades tinham acesso à rede.
Em 2008, eram 55,1% dos municípios.

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